19 de setembro de 2006

AV. SUMARÉ ESTRÉIA FAIXA EXCLUSIVA



Há pouco mais de um mês da criação da Faixa Cidadã, um “acordo social” entre motociclistas e motoristas implantado nos dois sentidos do corredor formado pelas avenidas Eusébio Matoso e Rebouças e pela Rua da Consolação, um dos mais movimentados e congestionados da capital paulista, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) colocou em prática mais uma medida na cidade de São Paulo: a faixa exclusiva para motos.

Inaugurada nesta segunda-feira, a motofaixa resume-se num corredor próprio de 2 metros de largura por praticamente toda a extensão da avenida Sumaré, ao lado do canteiro central. O trecho continua com a mesma quantidade de faixas para veículos, sendo três ou quatro, dependendo do local. Elas, no entanto, foram encolhidas, passando de 3 metros para uma variação de 2,50 a 2,80 metros.

O motorista que invadir o corredor exclusivo será multado em 127 reais, além de receber cinco pontos na carteira de habilitação pela infração considerada grave. O condutor do veículo de duas rodas, porém, não terá obrigação de se manter na faixa.

De acordo com o presidente da CET, Roberto Scaringella, a faixa exclusiva será testada durante seis meses, podendo posteriormente ser ampliada para outras vias, como a 23 de maio. “Sabemos que é difícil e demorado mudar o comportamento dos motociclistas, por isso começamos por um lugar mais tranqüilo para poder avaliar a nova medida”, afirmou.

Por se tratar de uma operação piloto, a avenida escolhida propositadamente tem movimento pequeno de motoqueiros, cerca de 300 por hora. Na 23 de Maio, por exemplo, passam 1200 por hora, enquanto que na Consolação o número chega a 1500.

“Essa iniciativa é válida e positiva, mesmo em avenidas com pouca circulação de motos, como a Sumaré”, disse o engenheiro Jaime Waisman, especialista em transporte urbano. “É fundamental, entretanto, regulamentar a atividade do motofrete, com normas e fiscalização mais rígidas”, acrescentou.

Para Aldemir Martins (“Alemão”), presidente do Sindimoto-SP (Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas da Cidade de São Paulo), a faixa é uma solicitação antiga da entidade. Contudo, foi a idéia certa implantada no lugar errado. “Somos os maiores interessados em reduzir o número de acidentes com motociclistas. Mas queremos soluções para avenidas que realmente representam perigo, caso das marginais, 23 de Maio, Radial Leste”, comentou.

No mês passado, o Sindimoto realizou uma pesquisa com 302 de seus associados. Desses, 89% foram contra a faixa cidadã da Rebouças e 90% aprovariam a criação de uma faixa exclusiva na 23 de Maio.

O número de motociclistas profissionais em São Paulo é estimado em 180 mil, 10% da frota total de veículos. Os mortos em acidentes com motocicletas, entretanto, correspondem a 23% do absoluto de vítimas na cidade.

As marginais Tietê e Pinheiros, a avenida Senador Teotônio Vilela e a estrada do M’Boi Mirim são as recordistas em número de acidentes — o levantamento realizado pela CET é feito com base em dados obtidos do IML (Instituto Médico Legal) sobre as vítimas de mortes no trânsito.

(Fonte: Site: www.moto.com.br )

Alberto Macário
AFCET

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