26 de setembro de 2006

TÚNEIS PAULISTANOS TEM FALHAS DE SEGURANÇA, SOMENTE AYRTON SENNA É CONSIDERADO MODELO

O Globo Online

SÃO PAULO - Uma reportagem do 'Diário de S.Paulo' mostra que São Paulo tem 18,5 km de túneis que passam sob avenidas, ruas, praças e até sob o Rio Pinheiros. Durante duas semanas, o repórter Júlio César Barros percorreu os túneis da cidade e anotou os principais problemas. A maioria deles não possui extintores de incêndio, hidrantes, sistema de exaustão e insuflação de ar ou sinalização de rota de fuga em caso de acidente. Vândalos roubam os equipamentos destinados a combater incêndio e comprometem o socorro em caso de acidente.

A reportagem mostra, porém, que a lei que obriga a administração pública a colocar dispositivos de segurança só entrou em vigor em 2001 e só dois túneis se encaixam nesta categoria, o Max Feffer (Cidade Jardim) e o Fernando Vieira de Melo (Eusébio Matoso). A lei não obriga a Prefeitura a atualizar construções antigas e anteriores a 2001.

Dos 15 túneis visitados pelo repórter, sete tem mais de 1 km de extensão. Pela nova lei, deveriam ter rotas de fuga e hidrantes a cada 60 metros. No túnel Ayrton Senna, o mais extenso da cidade, (1,95 km) falta extintor e mangueira, mas ele é considerado modelo por causa de um sistema de monitoramento por câmeras.

No Jânio Quadros, que fica na Juscelino Kubitscheck, além de extintor e mangueira, falta rota de fuga. No Túnel Sebastião Camargo, que passa por baixo do Rio Pinheiros e tem 1,170 km, falta extintor, mangueira, rota de fuga e a iluminação é precária. No túnel Maria Maluf, na Avenida Tancredo Neves, faltam todos os itens pesquisados: extintor, hidrantes, mangueiras, rota de fuga, corrimão e a iluminação é precária.

O Capitão do Corpo de Bombeiros Ivanovitch Simões Ribeiro, que faz parte do grupo de prevenção de incêndio especializado em túneis rodoviários, diz que o maior risco são incêndios e a fumaça, que causa intoxicação e mata.

Sem dúvida, a extração da fumaça é a principal das prioridades. E este item é a maior deficiência de nossos túneis - afirmou.

Na Europa, em 1999 um caminhão-tanque explodiu dentro do túnel Mont Blanc, que liga França e Itália e tem 11,6 km de extensão. O acidente causou 39 mortes por asfixia ou intoxicação. A tragédia levou a Comunidade Européia a adotar medidas de segurança na construção de túneis.


Ayrton Senna é exceção entre os túneis da cidade

Plantão | Publicada em 26/09/2006 às 09h23m
Júlio César Barros, Diário de S.Paulo

SÃO PAULO - A maioria dos 20 túneis ou passagens subterrâneas da capital tem problemas em seus sistemas de combate a incêndios. Falta de extintores, hidrantes e mangueiras são apenas algumas das falhas. No entanto, ao menos um dos túneis paulistanos pode ser considerado modelo: o Ayrton Senna, na zona sul. Com 1.900 m de extensão em cada um dos sentidos, a via é uma das mais modernas da cidade, contando com complexo aparato técnico de segurança, auxiliado por imagens de várias câmeras em diversos trechos.

O gerente da Central de Operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Gilson Grilli, informa que a cidade conta com outras quatro centrais de monitoramento similares à do Ayrton Senna.

- As outras funcionam nos túneis Maria Maluf (zona sul), Jornalista Fernando Vieira de Mello, Max Feffer e Jânio Quadros (todos na zona oeste). Sendo que a central deste último monitora, além dele próprio, os túneis Sebastião Camargo (zona oeste) e Tribunal de Justiça (zona sul) - afirmou o especialista da CET.

A estrutura subterrânea de onde o Ayrton Senna é administrado não pode ser vista sem que desçamos alguns lances de escadas. O complexo composto por geradores e distribuidores de energia, bombas para sucção da água da chuva, além dos sistemas de exaustão (retirada de ar contaminado com CO2) e insuflação (entrada de ar limpo) estão instalados a 60 m sob a rua.

No túnel Maria Maluf, também na zona sul, a situação é inversa. O sistema de monitoramento por câmeras da via é só um dos problemas constatados no local. Nove das 14 câmeras simplesmente não funcionam por falta de manutenção, como explica Grilli. Além disso, faltam extintores, os hidrantes não contam com mangueira e alguns não têm sequer válvula. Faltam ainda corrimãos para os pedestres.

Segundo a CET, os túneis São Gabriel (Av. Santo Amaro), Anhangabaú (Centro), Daher Cutait (Av. 9 de Julho), Euricledes de Jesus Zerbini (Av. Lineu de Paula Machado); além da passagem subterrânea ligação leste-oeste (Amaral Gurgel/Consolação) não contam com câmeras instaladas e são monitoradas apenas por viaturas da empresa.

(Fonte: Globo online.com)


Alberto Macário
AFCET

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