26 de agosto de 2011

CET-SP NÃO CONSEGUE LIDAR COM PROCESSOS DE TRANSFERÊNCIA DE PONTUAÇÃO NA CNH

CET retém repasse de pontos na carteira

Encalhe dos processos de transferência de pontos da carteira de habilitação tem prejudicado milhares de motoristas.

A prefeitura apertou a fiscalização dos infratores no trânsito, mas não se preparou para lidar com tantas multas na capital paulista. O resultado é um encalhe dos processos de transferência de pontos da carteira de habilitação, o que tem prejudicado milhares de motoristas - até com ameaça de suspensão do direito de dirigir. 

O problema se agravou nos últimos meses, diante da incapacidade de equipes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para atender 5.000 pedidos por dia. O dono do veículo recebe a multa e tem 15 dias para dizer quem cometeu a infração. Mas, sem estrutura suficiente, a prefeitura muitas vezes não consegue analisar a indicação no prazo previsto (120 dias após a infração). Com isso, os pontos são mantidos pelo sistema do Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito) na carteira do dono do veículo, em vez de transferidos ao infrator. 

Priscila Fernanda Martins foi uma das vítimas. Emprestou seu carro ao irmão, que, em janeiro, foi flagrado por exceder a velocidade em até 20% na rua Sena Madureira. A transferência dos pontos foi pedida no prazo, por correio com aviso de recebimento. O processo encalhou na CET, Priscila atingiu 22 pontos por conta dessa multa e foi notificada pelo Detran dois meses atrás por ter suspenso seu direito de dirigir. 

As queixas se repetem no posto do DSV (departamento municipal que oficializa as multas da CET), localizado na avenida do Estado. "Mandei a transferência dos pontos pelo correio assim que chegou a multa. Já liguei, escrevi de novo e nada. Os pontos seguem na carteira. Por sorte, tenho só 11 pontos", disse Bruno Rodrigues, 28, técnico em informática. 

O comerciante Danilo Miranda, 28, decidiu enfrentar 40 minutos de fila para ser atendido pessoalmente por não confiar mais em transferir pontos por meio de carta. CARTA DE CONFISSÃO O atraso é reconhecido pela CET. 

Ela tem enviado cartas (cita "problemas operacionais") para que os prejudicados que a procuram possam recorrer ao Detran se estiverem com a CNH ameaçada. 
Noivo de Priscila, Leandro Gonçalves diz que, mesmo assim, a Ciretran (ligada ao Detran) de Osasco informou que essa carta não resolveria. 

De 2005 para cá, a quantidade de multas na capital aumentou 96% e a frota, 16%. 
Funcionários da CET dizem haver mais de 100 mil processos de pontuação encalhados. 

A companhia reconhece que os atrasos estão ligados ao fato de "a equipe responsável por essa avaliação ter permanecido estável" enquanto as multas subiam. Mas ela diz ter reforçado o número de funcionários no setor (dez pessoas em 2005, 40 recentemente e previsão de 50 a partir desta semana).

(Fonte: Folha de São Paulo - 25/08/2011)



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