20 de maio de 2006

PALM VIRA CELULAR DE LUXO DA CET

Agência Estado

08:19 10/05

Dez meses após a Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) contratar por emergência 1.010 palmtops para a operação do trânsito na capital, no lugar dos rádios convencionais, os equipamentos ainda trazem dificuldades para os marronzinhos. Eles reclamam que usam o aparelho basicamente como telefone celular - há 300 falhas no sistema, segundo os agentes. Com isso, o atendimento ficou mais lento. Um edital de concorrência para substituir os palms deve sair nesta semana e a comunicação em rede - e não só entre dois aparelhos, como é hoje - voltará a ser exigida.

Não há medições que permitam comparar a eficiência das duas tecnologias. Mas a sensação dos marronzinhos é de perda de agilidade. "Com os rádios, éramos sempre os primeiros a chegar ao local do acidente. Com os palms, chegamos depois que os bombeiros levaram as vítimas", reclamou um operador da central de informações, que não quis se identificar.

A Agência Estado ouviu dois operadores de rua, um da central de informações e um funcionário que trabalha no topo de um prédio, observando o trânsito. Todos condenaram os palmtops.

Disseram que, no rádio, toda a rede ouvia o comunicado de um acidente. Assim, os carros mais próximos tomavam a iniciativa de se dirigir ao local. Com o palm, liga-se para a central, que informa os bombeiros e depois chama mais agentes.

Nos horários de pico, é preciso esperar em uma fila de chamadas. Se forem necessários guinchos ou cones para desviar o trânsito, outra novela. A central precisa contactar o apoio por telefone, mas, às vezes, eles não podem atender: estão dirigindo e precisam estacionar para responder. Nesse vai e volta, passam-se 20, 30 minutos. "E atrasos de segundos em vias congestionadas podem ser suficientes para uma lentidão de 5 quilômetros crescer a 15", observou Luiz Antônio de Queiroz, presidente do sindicato da categoria (Sindviários).

Ontem à tarde, dois Fiat Uno bateram no acesso da Ponte Atílio Fontana, zona oeste. "A CET não demorou muito, acho que uns 10 minutos", disse a diretora de escola Telma Sales, de 38 anos. O outro motorista, que não se identificou, afirmou que a demora foi de 30 minutos.

O analista de sistemas Júlio Cesar do Nascimento, de 33 anos, teve a má sorte de o carro quebrar no Elevado Costa e Silva. Na hora, o trânsito se complicou. "Por coincidência, antes que eu me desesperasse, apareceu um carro da CET", contou.

O marronzinho que ajudou Nascimento criticou os palms. "O rádio possibilitava que toda a rede escutasse a informação, o que agilizava o trabalho."

Para completar, o telefone 194 foi substituído pelo 156, que concentra todas as ligações da população para a Prefeitura. Resultado: a média de ligações sobre o trânsito caiu de 6 mil por dia para 1 mil.

(Fonte: Agência Estado de 10/05/06)

Alberto Macário
AFCET - Associação dos funcionários da CET

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